Por Marcelo Aguiar Cerri:
O maior desejo do ser humano é ser feliz. Todos queremos ser
felizes e tudo o mais é somente um meio para esse fim último. A busca pela
felicidade é algo natural no ser humano. Ninguém em sã consciência gosta de ser
triste. No entanto, quando o ser humano procura ser feliz em sua imanência,
descartando o divino de sua humanidade, ele nunca se satisfará.
É normal que alguém queira ter um carro dos sonhos ou uma
casa própria ou qualquer bem. Depositamos as esperanças de felicidade naquele
bem e, quando a conquista do objeto de desejo é bem sucedida, passa-se algum
tempo e sentimos exatamente como nos sentíamos antes de possuir aquele bem.
Sentimos que devemos ter mais, que o carro poderia ser mais potente, que a casa
poderia ter uma piscina. Da mesma forma ocorre com o sucesso profissional: “quando
eu conseguir aquele emprego, serei feliz!”. Conseguimos o emprego e, passada a
euforia, nossos sentimentos voltam à estaca zero. Pior ainda acontece com
nossos relacionamentos. Depositar a esperança de felicidade em alguém é estar
fadado ao fracasso. Haverá sempre algo que nos falta para sermos felizes. Mas, por que somos assim?
Ora, Deus nos criou para Ele, para o Amor eterno e infinito.
Portanto, nada nos satisfará neste mundo. Sentiremos sempre essa inquietude,
esse sofrimento de nossas limitações. No entanto, há um modo de degustar a
felicidade eterna ainda na terra. Há um caminho simples para que esse
sofrimento seja ínfimo perto da paz que dominará os nossos corações. O segredo é amar! Se fomos feitos para Deus,
que é amor, só seremos felizes, se amarmos.
O problema é que o amor muitas vezes contradiz nossos
sentimentos. Amar significa desfazer de nossas vontades, de nossas alegrias,
confortos, para ajudar quem precisa de nós. Viver para o outro! Esse é o
segredo! Negar a própria vida por amor. Portanto, a chave da felicidade é
renegar à própria felicidade neste mundo.
Essa também é a senha para a liberdade, para agir sempre
conforme a razão e a consciência e não ser escravo dos instintos, dos prazeres
e dos medos. Se minha verdadeira vida não está neste mundo, se não tenho mais
esperanças de felicidade neste mundo, estou livre para amar, para buscar o que
é eterno na negação do meu efêmero, para alcançar o infinito no desprezo de
minhas limitações.
Assim viveram os mártires e os grandes santos! Negaram a si
mesmos até a morte e foram felizes ainda neste mundo, mesmo sob grande
sofrimento! Por isso, se queremos ser felizes e suportar todas as perseguições
do mundo e as tentações da carne, temos que estar prontos a responder: o que
estou disposto a perder? Estar disposto a perder tudo o que é mundano e carnal é
o que nós faz viver a verdadeira felicidade, ainda neste mundo, ainda neste
tempo!
Ótimo texto, Marcelo.
ResponderExcluirVejo que o problema muitas vezes de entender isso é por se usar a palavra "Amor" de qualquer forma.
Escrevi algo sobre o tema do seu texto neste post: http://www.rbfigueiredo.blogspot.com.br/2013/03/disse-o-papa-francisco-nunca-sejais.html