sexta-feira, 12 de abril de 2013

O quê você está disposto a perder? Até onde você está disposto a ir?


Por Marcelo Aguiar Cerri:


O maior desejo do ser humano é ser feliz. Todos queremos ser felizes e tudo o mais é somente um meio para esse fim último. A busca pela felicidade é algo natural no ser humano. Ninguém em sã consciência gosta de ser triste. No entanto, quando o ser humano procura ser feliz em sua imanência, descartando o divino de sua humanidade, ele nunca se satisfará.
É normal que alguém queira ter um carro dos sonhos ou uma casa própria ou qualquer bem. Depositamos as esperanças de felicidade naquele bem e, quando a conquista do objeto de desejo é bem sucedida, passa-se algum tempo e sentimos exatamente como nos sentíamos antes de possuir aquele bem. Sentimos que devemos ter mais, que o carro poderia ser mais potente, que a casa poderia ter uma piscina. Da mesma forma ocorre com o sucesso profissional: “quando eu conseguir aquele emprego, serei feliz!”. Conseguimos o emprego e, passada a euforia, nossos sentimentos voltam à estaca zero. Pior ainda acontece com nossos relacionamentos. Depositar a esperança de felicidade em alguém é estar fadado ao fracasso. Haverá sempre algo que nos falta para sermos felizes.  Mas, por que somos assim?
Ora, Deus nos criou para Ele, para o Amor eterno e infinito. Portanto, nada nos satisfará neste mundo. Sentiremos sempre essa inquietude, esse sofrimento de nossas limitações. No entanto, há um modo de degustar a felicidade eterna ainda na terra. Há um caminho simples para que esse sofrimento seja ínfimo perto da paz que dominará os nossos corações.  O segredo é amar! Se fomos feitos para Deus, que é amor, só seremos felizes, se amarmos.
O problema é que o amor muitas vezes contradiz nossos sentimentos. Amar significa desfazer de nossas vontades, de nossas alegrias, confortos, para ajudar quem precisa de nós. Viver para o outro! Esse é o segredo! Negar a própria vida por amor. Portanto, a chave da felicidade é renegar à própria felicidade neste mundo.
Essa também é a senha para a liberdade, para agir sempre conforme a razão e a consciência e não ser escravo dos instintos, dos prazeres e dos medos. Se minha verdadeira vida não está neste mundo, se não tenho mais esperanças de felicidade neste mundo, estou livre para amar, para buscar o que é eterno na negação do meu efêmero, para alcançar o infinito no desprezo de minhas limitações.
Assim viveram os mártires e os grandes santos! Negaram a si mesmos até a morte e foram felizes ainda neste mundo, mesmo sob grande sofrimento! Por isso, se queremos ser felizes e suportar todas as perseguições do mundo e as tentações da carne, temos que estar prontos a responder: o que estou disposto a perder? Estar disposto a perder tudo o que é mundano e carnal é o que nós faz viver a verdadeira felicidade, ainda neste mundo, ainda neste tempo!


Um comentário:

  1. Ótimo texto, Marcelo.
    Vejo que o problema muitas vezes de entender isso é por se usar a palavra "Amor" de qualquer forma.

    Escrevi algo sobre o tema do seu texto neste post: http://www.rbfigueiredo.blogspot.com.br/2013/03/disse-o-papa-francisco-nunca-sejais.html

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